Com corte do MEC, universidades federais do AM estão prejudicadas

Os cortes do governo federal tem gerado problemas para a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e para o Instituto Federal do Amazonas (Ifam). Juntos as instituições podem ter um prejuízo de mais de R$ 65 milhões. Dados recentes mostram que a Ufam sofreu um corte de R$ 38 milhões e o corte no Ifam está em torno de R$ 27 milhões.

Na Ufam, os cursos de pós-graduação indígena estão parados e menos da metade dos estudantes da iniciação científica estão recebendo bolsa. 

Os cortes estão prejudicando o custeio de projetos como Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic); Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibit); Programa Atividade Curricular de Extensão (Pace); Programa de Apoio à Realização de Cursos e Eventos (Parec); monitoria e estágio obrigatório.

Também são afetadas as pesquisas correntes e também a manutenção da universidade, água, energia, limpeza, segurança, entre outras demandas.

A Ufam precisa de R$ 84,5 milhões para manutenção, em o corte a universidade passa a ter disponível somente R$ 54,8 milhões

“A gente considera um ataque brutal à universidade pública”, afirma o vice-presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA), Luiz Fernando Santos. Ele explica que o contingenciamento não só impede o bom funcionamento da educação, como inibe a universidade de exercer sua função social.  

Essa falta de apoio pode diminuir até o período de permanência dos alunos na universidade.

A Adua já observou o esvaziamento dos cursos e está apurando os impactos em números para fornecer dados detalhados. 

A Ufam informou que está no aguardo de um novo posicionamento do Ministério da Educação (MEC) sobre o contingenciamento para oferecer um parecer atualizado.

João Victor Barros, 21, presidente da União Estadual dos Estudantes do Amazonas (UEE/AM) afirma que diversos estudantes serão prejudicado, perderão suas bolsas de pesquisa e podem ficar sem estudar por falta de energia.

“Segundo eles (governo), as universidades vêm obtendo baixo desempenho e são utilizadas como local de balbúrdia, no entanto, sabemos que não é isso, a universidade vem desempenhando um papel importante no desenvolvimento do nosso país”, relata. 

No Campus Manaus Zona Leste, do Ifam, a maioria dos cursos da unidade estão sem realizar visitas técnicas devido à falta de recursos para pagar o seguro que garante que os alunos e suas famílias sejam ressarcidos em caso de acidentes. Estas visitas são importantes e frequentes por se tratar de um colégio agrícola. 

O estudante relata ainda que faltam equipamentos nos laboratórios, o que prejudica o bom andamento de pesquisas e até os animais utilizados pelo curso de medicina veterinária, tiveram seu quadro reduzido. Além disso, o número de bolsas de pesquisa diminuíram drasticamente, o que pode impactar na evasão escolar.

Future-se 

Uma das soluções apresentadas pelo governo federal foi o projeto Future-se Um programa que tem a proposta de promover autonomia financeira nas universidades e institutos federais por meio de incentivo à captação de recursos próprios e ao empreendedorismo. A adesão ao Future-se é voluntária e, de acordo com o MEC, mesmo com estes investimentos externos, a União manterá os recursos destinados às instituições.