Luana Araújo é vetada de cargo por criticar governo Bolsonaro nas redes sociais

Um levantamento feito pelo governo nas redes sociais da médica infectologista Luana Araújo foi o motivo pelo qual seu nome foi vetado para o cargo na Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19.

Assessores do presidente elaboraram um relatório com posts críticos de Luana ao governo Bolsonaro.

O procedimento é chamado internamente de “dados abertos”, pois tem como base dados públicos.

O documento, então, chegou à mesa do presidente, que disse diretamente ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que não haveria condições para a sua nomeação em razão dessas críticas.

Isso ocorreu após o nome dela ter sido aprovado no Sinc, sigla para Sistema Integrado de Nomeações e Consultas, que é o sistema que rastreia o histórico das nomeações para verificar se há algum impeditivo legal na nomeação de alguém.

Luana passou por todos os órgãos do Sinc, como Abin e Casa Civil. Em razão disso, seu nome foi anunciado no dia 12 de maio. Dez dias depois, no dia 22 de maio, conforme seu nome não era publicado no Diário Oficial, ela desistiu da função.

Foi nesse meio tempo que o relatório chegou ao presidente.

À CPI, porém, a infectologista disse não ter tido uma explicação detalhada do motivo de sua dispensa pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Mas que o ministro lhe disse que o nome não passaria. “Ele me disse que lamentava, mas que meu nome não iria passar pela Casa Civil”, afirmou aos senadores.