Estadão Conteudo
Em resposta aos ataques desferidos pelo presidente Jair Bolsonaro durante transmissão ao vivo no Facebook, na noite da terça-feira (29), a TV Globo afirmou que “não faz patifaria nem canalhice”, mas “jornalismo com seriedade e responsabilidade”.
“A Globo lamenta que o presidente revele não conhecer a missão do jornalismo de qualidade e use termos injustos para insultar aqueles que não fazem outra coisa senão informar com precisão o público brasileiro”, diz o comunicado da emissora.
Bolsonaro fez pesados ataques à Globo após uma reportagem do Jornal Nacional mostrar que um porteiro do condomínio no Rio onde moravam o atual presidente e o ex-policial Ronnie Lessa, um dos acusados de matar Marielle Franco, mencionou Bolsonaro em depoimento. Segundo o porteiro, o outro acusado do crime, Élcio Queiroz, procurou o então deputado federal – que estava em Brasília – no dia do atentado, 14 de março de 2018.
A Globo também fez referência à afirmação de Bolsonaro de que não perseguiria a emissora, mas que só renovará sua concessão, que vence em 2022, se o processo estiver “enxuto”. “A Globo afirma que não poderia esperar dele outra atitude. Há 54 anos, a emissora jamais deixou de cumprir as suas obrigações.”
Leia a nota na íntegra:
“A
Globo não fez patifaria nem canalhice. Fez, como sempre, jornalismo com
seriedade e responsabilidade. Revelou a existência do depoimento do
porteiro e das afirmações que ele fez. Mas ressaltou, com ênfase e por
apuração própria, que as informações do porteiro se chocavam com um
fato: a presença do então deputado Jair Bolsonaro em Brasília, naquele
dia, com dois registros na lista de presença em votações. O depoimento
do porteiro, com ou sem contradição, é importante, porque diz respeito a
um fato que ocorreu com um dos principais acusados, no dia do crime.
Além disso, a mera citação do nome do presidente leva o Supremo Tribunal
Federal a analisar a situação A Globo lamenta que o presidente revele
não conhecer a missão do jornalismo de qualidade e use termos injustos
para insultar aqueles que não fazem outra coisa senão informar com
precisão o público brasileiro. Sobre a afirmação de que, em 2022, não
perseguirá a Globo, mas só renovará a sua concessão se o processo
estiver, nas palavras dele, enxuto, a Globo afirma que não poderia
esperar dele outra atitude. Há 54 anos, a emissora jamais deixou de
cumprir as suas obrigações.”